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Após a extinção da Ordem dos Templários em 1312, o rei D. Dinis conseguiu preservar grande parte do seu património e influência ao criar a Ordem de Cristo em 1319. Esta nova ordem militar herdou os bens, castelos e missões dos Templários, desempenhando um papel fundamental na expansão marítima portuguesa e na consolidação do território.


📜 História da Ordem de Cristo

1. Fundação e Continuidade Templária
- Criada por D. Dinis com o apoio do Papa João XXII, garantiu que as riquezas e terras dos Templários não fossem absorvidas pela Coroa ou pela Igreja.
- Manteve grande parte dos ideais templários, mas sob uma nova identidade.
- A sede da ordem foi estabelecida no Castelo de Castro Marim, mas mais tarde transferida para Tomar, onde os Templários já tinham uma base consolidada.

2. A Ordem de Cristo e a Expansão Marítima Portuguesa
A Ordem tornou-se essencial nos Descobrimentos Portugueses, financiando e apoiando exploradores como Infante D. Henrique, que foi seu Mestre e usou os seus recursos para impulsionar a exploração do Atlântico e da costa africana.

🏴‍☠ Principais Contribuições:
✅ Criou escolas náuticas e investiu no desenvolvimento da cartografia e da navegação.
✅ Cruz da Ordem de Cristo foi adotada nas velas das caravelas portuguesas.
✅ Patrocinou as explorações da Madeira, Açores, Guiné, Índia e Brasil.

3. A Transformação numa Ordem Honorífica
- Em 1496, com a passagem do poder para D. Manuel I, a Ordem foi progressivamente secularizada.
- No século XVI, tornou-se uma ordem honorífica, deixando as funções militares para focar-se no apoio à Coroa e às missões religiosas.
- A Ordem manteve prestígio, sendo integrada no sistema de condecorações do Estado português.

🏗 Património e Arquitetura da Ordem de Cristo

1. Convento de Cristo – Tomar 

📍 Localização: Tomar, Santarém
📜 História
Principal sede da Ordem de Cristo, ampliada e transformada ao longo dos séculos.
No reinado de D. Manuel I, foi enriquecida com elementos manuelinos.
Tornou-se um símbolo da ligação entre os Templários, os Descobrimentos e a monarquia portuguesa.

🏗 Arquitetura
Charola Templária, inspirada na Cúpula da Rocha, em Jerusalém.
Janelas Manuelinas, com detalhes marítimos, como a famosa Janela do Capítulo.
Fortificação medieval misturada com palácio renascentista.

2. Castelo de Almourol

📍 Localização: Vila Nova da Barquinha
📜 História
Originalmente um castelo templário, passou para a Ordem de Cristo após a extinção dos Templários.
Embora tenha perdido a função defensiva, continuou a ser um símbolo da herança templária.

🏗 Arquitetura
Manteve a sua estrutura militar original.
Pequenas adaptações feitas durante o domínio da Ordem de Cristo.

3. Castelo de Belver 

📍 Localização: Belver, Gavião, distrito de Portalegre
📜 História: Construído pelos Templários e mais tarde integrado na Ordem de Cristo, este castelo serviu como ponto de vigilância ao longo do rio Tejo.
🏗 Arquitetura: Fortificação medieval com torres e muralhas imponentes, destacando-se pela sua localização estratégica e pelo formato quadrado.


4. Castelo de Monsanto 

📍 Localização: Monsanto, Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco
📜 História: Embora associado aos Templários, foi transferido para a Ordem de Cristo, que fortaleceu a sua função defensiva.
🏗 Arquitetura: Com uma fortaleza integrada nas rochas de granito, o castelo é uma impressionante construção natural, onde as torres e muralhas se adaptam ao terreno acidentado.


5. Castelo de Ourém 

📍 Localização: Ourém, distrito de Santarém
📜 História: Após a extinção dos Templários, a Ordem de Cristo assumiu a gestão do castelo, mantendo a sua função de defesa do território.
🏗 Arquitetura: O castelo tem uma estrutura fortificada com muralhas robustas, com uma torre de menagem bem preservada e outras ruínas.


6. Castelo de Aboboreira 

📍 Localização: Marco de Canaveses, distrito do Porto
📜 História: Este castelo foi uma das propriedades da Ordem de Cristo, sendo de grande importância estratégica na defesa da região Norte do país.
🏗 Arquitetura: Muralhas fortificadas e vestígios de torres de defesa ainda visíveis, apesar das ruínas.


7. Castelo de S. Jorge da Mina (Fortaleza de Elmina) 

📍 Localização: Costa da Guiné, África
📜 História: Embora não esteja em Portugal, a Fortaleza de Elmina, no atual Gana, foi uma das propriedades mais relevantes da Ordem de Cristo fora do país, simbolizando a expansão colonial portuguesa e a sua ligação ao comércio de escravos e especiarias.
🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma arquitetura militar portuguesa, com muros robustos e torres, e foi um ponto chave nas explorações portuguesas ao longo da costa africana.


8. Castelo de Moura

📍 Localização: Moura, distrito de Beja
📜 História: Este castelo foi uma das fortificações que passou à Ordem de Cristo, após a extinção dos Templários.
🏗 Arquitetura: O castelo tem uma torre de menagem robusta e outras estruturas defensivas, embora o castelo tenha sofrido algumas modificações ao longo do tempo.


Fortalezas no Atlântico e no Brasil 

Durante a expansão, a Ordem ajudou na construção de fortes em Cabo Verde, Angola, Moçambique, Índia e Brasil.
Os cavaleiros da ordem desempenharam missões religiosas e militares na defesa das colónias.

1. Fortaleza de São João Baptista (Fortaleza de Elmina) - Gana 

📍 Localização: Elmina, Costa da Guiné (atualmente Gana)
📜 História: A Fortaleza de Elmina foi uma das mais importantes construções da Ordem de Cristo na África Ocidental. Fundada em 1482 pelo Infante D. Henrique, e inicialmente sob a Ordem de Cristo, foi projetada para ser uma base comercial e militar para a exploração e o comércio de ouro, e posteriormente de escravos. A fortaleza foi também um ponto estratégico na defesa das rotas comerciais portuguesas na região.

A Ordem de Cristo ajudou a financiar e coordenar as operações de exploração do Oceano Atlântico, e Elmina tornou-se um centro nevrálgico para o comércio de especiarias, ouro e outros bens preciosos. Ao longo do tempo, a fortaleza de Elmina passou a ser um símbolo da presença portuguesa na África, tendo sido também um dos pontos de partida das expedições para o Brasil e a Índia.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma estrutura sólida, com paredes de calcário e torres de vigia, tornando-se uma defesa imponente contra ataques de potências europeias rivais, como a Espanha e os Países Baixos. A fortaleza foi ampliada ao longo dos séculos, refletindo o crescente comércio de escravos e recursos, mas também as necessidades de defesa.


2. Fortaleza de São Tiago – Ilha de Santiago, Cabo Verde 

📍 Localização: Ilha de Santiago, Cabo Verde
📜 História: A Fortaleza de São Tiago foi uma das principais fortalezas defensivas da Ordem de Cristo no Arquipélago de Cabo Verde, fundado no século XV. A fortaleza tinha a missão de proteger a ilha e garantir a segurança das rotas comerciais entre a África, as ilhas atlânticas e o Brasil. A ordem de Cristo tinha uma forte presença em Cabo Verde, pois este arquipélago era um ponto estratégico para abastecimento de barcos e o tráfico de mercadorias.

A fortaleza de São Tiago foi construída para defender a ilha contra ataques piratas e, mais tarde, proteger a infraestrutura comercial que começava a ser estabelecida na ilha. Ela foi uma das primeiras fortificações militares de Portugal no Atlântico e foi essencial para a segurança das rotas comerciais que passavam pela região, nomeadamente as de especiarias e escravatura.

🏗 Arquitetura: A fortaleza apresenta uma arquitetura renascentista, com muralhas robustas, bastiões e torres de defesa. A sua estratégica localização, nas falésias da costa da ilha, permitia uma vigilância eficiente das embarcações que se aproximavam.


3. Fortaleza de São José de Macapá – Brasil 

📍 Localização: Macapá, Amapá, Brasil
📜 História: A Fortaleza de São José de Macapá foi uma das muitas fortificações erigidas pela Ordem de Cristo no Brasil durante o período de colonização. Construída entre 1764 e 1782, a fortaleza tinha como objetivo proteger a região norte do Brasil contra invasões estrangeiras, principalmente os franceses e holandeses. Embora tenha sido construída já no século XVIII, com o Brasil já sob domínio português, a Ordem de Cristo ainda tinha influência nas suas decisões de construção.

A fortaleza foi também um ponto importante no processo de defesa do território português nas regiões fronteiriças do Brasil e da Guiana Francesa. Além disso, ajudava a proteger as rotas comerciais que passavam por essa zona do país.

🏗 Arquitetura: A fortaleza de São José de Macapá segue o estilo das fortificações militares do período colonial, com bastiões, muralhas grossas e um sistema de defesa em camadas. Está situada na margem do rio Amazonas, oferecendo uma excelente visibilidade para deter invasores que tentassem atacar a região.


4. Forte de São Luís – Maranhão, Brasil 

📍 Localização: São Luís, Maranhão, Brasil
📜 História: O Forte de São Luís foi outra fortificação construída para defender o Brasil colonial das ameaças externas. Fundado pelos portugueses, a Ordem de Cristo tinha influência na sua construção, pois este forte ajudava a proteger a Rota do Ouro e a exportação de recursos para Portugal. A cidade de São Luís era um ponto estratégico no Maranhão, e o forte garantia o controle das águas do rio Amazonas.

🏗 Arquitetura: A fortaleza segue o padrão de fortificações portuguesas da época, com muralhas de pedra e torres de vigia. A localização privilegiada, perto da baía de São Marcos, fazia da fortaleza um local perfeito para o controle naval da região.


5. Forte do Rio São Francisco – Sergipe, Brasil 

📍 Localização: Barra dos Coqueiros, Sergipe, Brasil
📜 História: Este forte foi uma das principais fortificações militares erigidas no início da colonização portuguesa no Brasil, especialmente durante a época de disputas territoriais com os holandeses e franceses. A Ordem de Cristo, como parte do esforço de colonização e defesa, teve um papel fundamental no financiamento e construção desta fortaleza.

🏗 Arquitetura: O forte segue a tradição das fortalezas renascentistas, com muros espessos, torres de menagem e bastiões. A sua localização ao longo do rio São Francisco permitia controlar a navegação e proteger o interior do território.


6. Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim – Santa Catarina, Brasil 

📍 Localização: Ilha de Anhatomirim, Santa Catarina, Brasil
📜 História: A Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim foi uma das principais fortificações militares na região sul do Brasil, construída pelos portugueses para defender a costa contra ataques estrangeiros, principalmente durante os confrontos com os espanhóis e franceses. Embora a construção tenha ocorrido mais tarde, no século XVIII, a Ordem de Cristo teve influência nas estratégias de defesa da coroa portuguesa, especialmente nas zonas costeiras.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma arquitetura típica das fortificações do século XVIII, com bastiões, muralhas robustas e uma localização estratégica sobre uma pequena ilha, permitindo uma visão ampla da baía de Anhatomirim. Foi projetada para se tornar uma fortaleza de defesa naval e também serviu de ponto de vigilância.


7. Fortaleza de São Felipe – Ilha de São Sebastião, Brasil 

📍 Localização: Ilha de São Sebastião, São Paulo, Brasil
📜 História: A Fortaleza de São Felipe foi erguida em 1556 para proteger a cidade de São Sebastião, uma das primeiras fundações portuguesas no litoral paulista. A Ordem de Cristo tinha uma presença significativa nesta região e participou na defesa do Brasil contra ataques de potências europeias rivais, como os franceses e holandeses.

🏗 Arquitetura: Com um formato quadrado e muralhas altas, a fortaleza tinha uma localização estratégica para controlar o acesso ao porto de São Sebastião. Foi um ponto de controle militar e um símbolo do domínio português na região.


8. Forte de Santa Teresa – Rio de Janeiro, Brasil 

📍 Localização: Rio de Janeiro, Brasil
📜 História: O Forte de Santa Teresa foi construído no início do século XIX, em um período de transição após o apogeu da Ordem de Cristo, mas ainda sob a influência da coroa portuguesa. Embora a Ordem de Cristo já não estivesse diretamente envolvida, a sua herança na defesa das costas brasileiras ainda se fazia sentir.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma construção em pedra, com bastiões e torres defensivas, típica do estilo neoclássico da época. Estava estrategicamente localizada para proteger a cidade e o porto do Rio de Janeiro, sendo uma das últimas fortificações a ser construída no país durante o período colonial.


9. Fortaleza de São Lourenço – Ilha de São Lourenço, Brasil 

📍 Localização: Ilha de São Lourenço, Pernambuco, Brasil
📜 História: A Fortaleza de São Lourenço foi construída no século XVII como uma resposta à ameaça de invasões holandesas e francesas no Nordeste do Brasil. A Ordem de Cristo teve grande influência no fortalecimento das defesas coloniais, principalmente em regiões com grandes estratégias comerciais e territoriais, como Pernambuco.

🏗 Arquitetura: A fortaleza é uma das mais antigas da região, com muralhas imponentes e uma localização estratégica que permitia a vigilância das embarcações que se aproximavam da costa. Sua função era a de proteger o comércio e as plantações de cana-de-açúcar, que eram fundamentais para a economia do Brasil colonial.


10. Forte do Morro de São Paulo – Bahia, Brasil 

📍 Localização: Ilha de Tinharé, Bahia, Brasil
📜 História: O Forte do Morro de São Paulo foi fundado em 1630, durante o período de disputas com os holandeses e franceses. A fortaleza foi projetada para proteger a ilha de São Paulo e a baía de Todos os Santos, uma das áreas mais estratégicas da colônia portuguesa. A Ordem de Cristo teve influência na defesa das zonas costeiras, embora esta fortaleza tenha sido construída após o auge da ordem.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma arquitetura colonial sólida, com bastiões e muralhas de pedra. Estava localizada no ponto mais alto da ilha, o que possibilitava uma ampla vista para evitar ataques inimigos e proteger o porto da baía.


11. Forte de Santa Catarina – Florianópolis, Brasil 

📍 Localização: Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil
📜 História: A Fortaleza de Santa Catarina, construída em 1740, teve como objetivo a defesa da costa brasileira contra ataques de potências rivais e a proteção do comércio na região. Embora tenha sido construída em um período posterior à ascensão da Ordem de Cristo, sua fundação seguiu os modelos de fortificação utilizados no século XVII, época da grande expansão portuguesa no Brasil.

🏗 Arquitetura: A fortaleza apresenta um design pentagonal com bastiões e muralhas de grande espessura. A sua localização estratégica, no topo da Ilha de Santa Catarina, oferece uma excelente vista para o oceano e para os acessos ao porto de Florianópolis.


12. Fortaleza de São João Baptista de Ajudá – Benim, África 

📍 Localização: Ajudá, Benim (Costa de Ouro, atual Ghana)
📜 História: A Fortaleza de São João Baptista de Ajudá foi construída em 1680 pelos portugueses na cidade de Ajudá, um ponto estratégico na Costa de Ouro. A Ordem de Cristo teve influência na defesa e controle desta região, que era essencial para o comércio de ouro, escravos e especiarias. A fortaleza foi utilizada para proteger os interesses portugueses e garantir o controle sobre as rotas comerciais e o território da Costa de Ouro.

A fortaleza servia também como centro de operações comerciais e militares, sendo um dos principais postos portugueses na África Ocidental. A Ordem de Cristo contribuiu para a estratégia de defesa das colônias africanas e do comércio entre a Europa e as novas terras coloniais.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma arquitetura de inspiração renascentista, com muralhas de pedra e bastiões que permitiam uma boa vigilância sobre o mar e os portos. A fortaleza foi, posteriormente, abandonada, mas representa uma das primeiras fortificações de defesa portuguesa na costa africana.


13. Fortaleza de São Gabriel – Angola 

📍 Localização: Luanda, Angola
📜 História: A Fortaleza de São Gabriel foi construída em 1576, na cidade de Luanda, que na época estava sob domínio português. Esta fortaleza era parte do esforço português para defender a costa de Angola contra ataques de outras potências europeias, além de garantir o controle sobre as rotas comerciais na região. A Ordem de Cristo esteve envolvida na construção e defesa desta fortaleza, que desempenhou um papel fundamental na proteção da colônia portuguesa e no estabelecimento da presença portuguesa em Angola.

Além de seu papel militar, a fortaleza também teve uma função simbólica, representando o poder português sobre os territórios africanos e a expansão do cristianismo. Foi uma das primeiras fortificações a ser erguida na África Central e ainda hoje é um importante marco histórico da cidade de Luanda.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma arquitetura militar com características típicas do período colonial, com muralhas espessas e torres de vigilância. Estava estrategicamente posicionada no topo de uma colina, oferecendo uma ampla visão do mar e das embarcações que se aproximavam.


14. Fortaleza de São Sebastião – Moçambique 

📍 Localização: Ilha de Mozambique, Moçambique
📜 História: A Fortaleza de São Sebastião, localizada na Ilha de Moçambique, foi construída entre 1558 e 1596 pelos portugueses com o objetivo de proteger a ilha e o território de Moçambique contra invasões de piratas e potências rivais, como os holandeses. A Ordem de Cristo esteve envolvida nas estratégias militares e nas fortificações de defesa nas regiões costeiras de Moçambique.

A fortaleza servia como centro administrativo e militar durante o período colonial, além de ser um ponto estratégico de comércio e troca de mercadorias. A presença portuguesa na Ilha de Moçambique era vital para o controle das rotas comerciais que ligavam a África à Índia e ao Brasil.

🏗 Arquitetura: A fortaleza de São Sebastião é um exemplo imponente de fortificação militar do período colonial, com muralhas de pedra e torres de defesa. A construção da fortaleza seguiu um design defensivo robusto, permitindo a proteção contra ataques marítimos e oferecendo uma excelente posição estratégica.


15. Fortaleza de São Francisco do Queijo – Cabo Verde 

📍 Localização: Ilha de São Vicente, Cabo Verde
📜 História: A Fortaleza de São Francisco do Queijo foi construída no século XVI na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, para proteger a ilha e o porto de Mindelo, que se tornaria um ponto chave para o comércio transatlântico. Cabo Verde, à época, servia como um centro de abastecimento e ponto de parada para as viagens marítimas entre Portugal, África e as Américas.

Embora a Ordem de Cristo não tenha sido diretamente responsável pela construção, o apoio português e as estratégias militares de defesa estavam intimamente ligados às suas práticas de controle e expansão. A fortaleza era usada para proteger as rotas comerciais, garantir a segurança da navegação atlântica e impedir a entrada de piratas ou de potências rivais.

🏗 Arquitetura: A fortaleza apresenta uma construção simples mas robusta, com muralhas grossas e torres de vigilância. O seu formato quadrangular e a posição estratégica ao longo da costa tornam-na um excelente ponto de observação para defender o porto e a costa.


16. Fortaleza de São José de Macapá – Brasil

📍 Localização: Macapá, Amapá, Brasil
📜 História: A Fortaleza de São José de Macapá, embora esteja no Brasil, está associada diretamente ao controle das rotas atlânticas e à defesa das regiões de fronteira. Embora a construção tenha ocorrido mais tarde, no século XVIII, ela foi construída para proteger a boca do rio Amazonas de ataques estrangeiros, especialmente dos franceses e holandeses. O papel da Ordem de Cristo na administração das fortificações e das rotas comerciais ainda é visível nas decisões de defesa dessa região.

🏗 Arquitetura: A fortaleza tem uma construção sólida com torres de menagem e bastiões, típica das fortificações do século XVIII. Sua posição estratégica permite o controle da entrada ao rio Amazonas e a defesa contra potenciais invasões.


Nota: provavelmente faltarão alguns Castelos ou Fortificações, no entanto, irei procurar manter este post atualizado.


A Ordem de Cristo foi essencial para a história de Portugal, servindo como ponte entre a tradição templária e a Era dos Descobrimentos. As fortificações construídas pela Ordem de Cristo no Atlântico e África foram cruciais na expansão do império português. Elas serviam tanto como postos de defesa contra invasões como para garantir o domínio português nas rotas comerciais e proteger os interesses portugueses nas novas terras. Muitas dessas fortificações têm um valor histórico e arquitetônico significativo e ainda são testemunhos da presença da Ordem na defesa do império colonial português. Mais do que uma ordem militar, tornou-se um motor de inovação, exploração e evangelização, deixando um legado visível na cultura, arquitetura e símbolos nacionais.

Idanha-a-Nova e as suas aldeias históricas oferecem uma fascinante combinação de património, natureza e tradições. Com raízes profundas desde a época romana, cada local conta uma história única. Destacam-se monumentos como o castelo de Idanha-a-Nova e a Sé Catedral de Idanha-a-Velha, enquanto Medelim é conhecida pelas suas varandas esculpidas e Monsanto, pelo título de “aldeia mais portuguesa de Portugal”.

A região é rica em experiências culturais, como o fabrico do adufe, festas tradicionais e trilhos como a Rota dos Fósseis e a GR22. Além disso, o Geopark Naturtejo, reconhecido pela UNESCO, e as Termas de Monfortinho complementam o turismo de natureza e bem-estar. A paisagem da região é marcada por vales serenos, rios cristalinos e uma biodiversidade impressionante, tornando-se um destino de eleição para caminhadas, observação de aves e turismo de natureza. Uma visita a este território é um mergulho na história e na paisagem deslumbrante de Portugal!

Idanha-a-Nova é um tesouro cultural e natural do interior de Portugal, repleto de história, tradições e eventos únicos que a tornam um destino fascinante. Situada na raia beirã, esta região é conhecida pela sua autenticidade e ligação às raízes mais profundas da cultura portuguesa.

Lê o post sobre a nossa visita: "Idanha-a-Nova | 3 dias e 2 noites inesquecíveis"

IDANHA-A-NOVA

Idanha-a-Nova, situada na região Centro de Portugal, é uma freguesia com raízes históricas profundas. Fundada em 1187 por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, ergueu um castelo para proteção do território. Em 1206, D. Sancho I concedeu-lhe o Foral, impulsionando o crescimento local. Hoje, as ruínas das antigas muralhas medievais ainda se destacam, oferecendo vistas deslumbrantes sobre o rio Ponsul e a envolvente natural, combinando património e beleza paisagística. Idanha-a-Nova integra a Rota das Aldeias Históricas de Portugal, um percurso que liga algumas das mais belas e bem preservadas aldeias do país. Com um vasto legado medieval, castelos, igrejas e ruínas romanas, a região oferece um autêntico mergulho no passado.

Património e Tradições Religiosas
Idanha-a-Nova preserva um riquíssimo património cultural e religioso, com tradições seculares associadas ao ciclo quaresmal e pascal. A Semana Santa e as festividades religiosas são momentos de grande envolvimento comunitário, com rituais que atravessam os séculos, mantendo viva a espiritualidade e a identidade local. A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova tem trabalhado ativamente na valorização e promoção deste património imaterial, garantindo que estas tradições continuam a ser parte integrante da vida na região.

Uma actividade que subsiste é o fabrico do Adufe. Fabricado em pele de ovelha, com uma armação de madeira, este instrumento musical é uma das peças artesanais mais características desta região, feito com o saber ancestral dos artesãos locais e pelo Centro de Artes e Ofícios. Com uma sonoridade muito própria tem o seu ponto alto na romaria da Senhora do Almortão. O seu santuário, a poucos quilómetros, é  mencionado no foral de Idanha-a-Velha datado de 1229, no reinado de D. Sancho II.

Consulta o web-site para mais informações: 


ADUFE

O Adufe é a verdadeira alma sonora de Idanha-a-Nova, um símbolo vivo da identidade local e da preservação das suas tradições. Embora outrora presente noutras regiões de Portugal, este pandeiro bi-membranofone sobrevive com singular vitalidade apenas aqui em Idanha-a-Nova, mantendo a sua projeção no tempo. 

Confeccionado a partir de pele de ovelha ou cabra esticada sobre uma armação de madeira quadrada, encerra no seu interior pequenas sementes, areia, soalhas ou até caricas, que enriquecem o seu timbre inconfundível. Nas mãos das adufeiras, mulheres que lhe dão voz e ritmo, este instrumento ecoa a herança cultural da região, sendo fabricado principalmente no Centro de Artes Tradicionais e na oficina de José Relvas. Feito artesanalmente a partir de pele de ovelha ou cabra sobre uma moldura de madeira quadrada, o adufe tem sido passado de geração em geração, mantendo-se vivo através da música e do folclore da região. O som hipnótico deste pandeiro tradicional continua a encantar públicos dentro e fora do país.

A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova tem elevado as celebrações do ciclo quaresmal e pascal a um estatuto de riqueza cultural e atrativo turístico. Com um olhar atento sobre o seu património imaterial, o município tem-se dedicado à sua preservação, valorização e inventariação, garantindo que estas tradições ancestrais continuam a vibrar no presente e a inspirar o futuro.


Idanha-a-Nova foi designada a primeira Cidade da Música da UNESCO, em Portugal, como parte da Rede das Cidades Criativas da UNESCO, desde 11 de dezembro de 2015.

Boom Festival: Um Evento de Dimensão Global
Idanha-a-Nova é também mundialmente conhecida pelo Boom Festival, um dos maiores eventos de cultura alternativa e música eletrónica do planeta. Realizado a cada dois anos junto à idílica albufeira de Idanha, o festival atrai milhares de visitantes de todo o mundo. O Boom é mais do que um festival de música: é uma celebração da arte, sustentabilidade, espiritualidade e consciência coletiva. Ganhou vários prémios internacionais pela sua abordagem ecológica e sustentável, sendo um verdadeiro ícone do turismo alternativo.

IDANHA-A-VELHA

Idanha-a-Velha, no concelho de Idanha-a-Nova, é uma aldeia histórica com origens romanas no século I a.C., evoluindo sob domínio visigótico, muçulmano e cristão. Foi sede episcopal e recebeu forais dos reis portugueses, mas perdeu importância ao longo dos séculos. Atualmente, integra as Aldeias Históricas de Portugal, preservando monumentos como a Sé Catedral, a Torre dos Templários e muralhas romanas e medievais. O seu rico património reflete séculos de história e atrai visitantes interessados na fusão entre arquitetura antiga e intervenções contemporâneas.

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MONSANTO

Vale a pena visitar também Monsanto. Monsanto, no concelho de Idanha-a-Nova, é uma aldeia histórica conhecida como "a aldeia mais portuguesa de Portugal". Destaca-se pelas casas de granito integradas em enormes rochas e pelo Castelo de Monsanto, erguido no século XII pelos Templários. Situada no Monte de Monsanto, a 758 metros de altitude, oferece vistas panorâmicas e conserva vestígios de ocupação humana desde o Paleolítico. A Torre do Lucano e as ruas estreitas complementam o património único desta aldeia, que atrai visitantes pela sua beleza e história.

Este local pitoresco, com as suas casas incrustadas entre imponentes penedos graníticos, tem sido cenário de diversas produções cinematográficas e televisivas. Em 2022, Monsanto foi palco das gravações da série de fantasia House of the Dragon, spin-off de Game of Thrones, trazendo ainda mais notoriedade a esta aldeia mística. As suas paisagens dramáticas e atmosfera medieval tornaram-se o cenário perfeito para recriar mundos de fantasia.

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MEDELIM

Medelim é uma aldeia histórica no concelho de Idanha-a-Nova, conhecida como a "aldeia dos balcões" devido às suas numerosas casas com varandas trabalhadas em pedra e ferro, fruto da habilidade dos seus canteiros e serralheiros. A sua história remonta à época romana, tendo sido repovoada por D. Sancho I e, posteriormente, sede de concelho. Entre os seus monumentos destacam-se a Casa de Medelim, um solar do século XVI com um espaço museológico, a Capela de São Sebastião, com um altar barroco, e a Igreja Matriz do século XIX. A Rua da Judiaria evoca a presença de uma comunidade judaica até ao século XVI. O Monte do Senhor do Calvário oferece vistas panorâmicas e acolhe uma festa anual na última semana de agosto. Já se visitares na época de natal, 

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PENHA GARCIA
Penha Garcia, no concelho de Idanha-a-Nova, destaca-se pelo seu património histórico e natural. A aldeia, com origens medievais, possui um castelo templário, a Igreja Matriz e a Rota dos Fósseis, que revela vestígios de vida marinha com 600 milhões de anos. As casas tradicionais em quartzito e os antigos moinhos no vale do rio Ponsul enriquecem o cenário. É também conhecida pela tradição musical, com destaque para a cantadeira Catarina Chitas. Em 2022, foi classificada como "Aldeia de Portugal".

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MONFORTINHO

Monfortinho, localizada na Beira Baixa, junto ao rio Erges, destaca-se pelas suas famosas termas e paisagens naturais. Outrora destruída durante as Guerras da Restauração, integra hoje a União das Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo, sendo um destino de bem-estar e turismo de natureza.

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Hotel Fonte Santa

O Hotel Fonte Santa, de 4 estrelas, localizado em Idanha-a-Nova, nas Termas de Monfortinho, é um hotel de charme que combina elegância e conforto num ambiente familiar. Com 42 quartos, incluindo 3 suites, o hotel oferece acomodações confortáveis e vistas panorâmicas sobre a paisagem circundante. As instalações incluem uma piscina exterior com cascata, spa (sauna e banho turco), mini golfe, campo de ténis, um restaurante de cozinha regional com um toque de autor (acessível também a não hóspedes) com produtos locais e de produção própria e ainda uma capela e espaços para eventos. Podes ainda usufruir sob reserva de Turismo de Equitação, Passeios de Bicicleta, Safaris Fotográficos na Herdade de Vale Feitoso, Cruzeiros no Tejo pela Rota Internacional "El Salto de La Rana" e muito mais que poderás obter informações entrando em contacto diretamente com o hotel.

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Lê o post sobre a nossa visita: Idanha-a-Nova | 3 dias e 2 noites inesquecíveis

Termas de Monfortinho

No sopé da serra de Penha Garcia, junto ao rio Erges, a Fonte Santa, uma das mais antigas fontes termais de Portugal, dá vida às Termas de Monfortinho. As suas águas puras, ricas em sílica e minerais, emergem a 29°C, proporcionando bem-estar e equilíbrio. Num cenário natural intocado, este refúgio convida ao relaxamento, com serviços dedicados à saúde, beleza e tranquilidade.

São particularmente indicadas para problemas de pele, com destaque para a psoríase, sendo aconselhadas para:
- Doenças Crónicas de Pele: psoríase, eczemas, acne, celulite, sequelas de queimaduras;
- Doenças hépato-vesiculares: hepatites crónicas, discinesias, litíases biliares;
- Doenças gastrointestinais: gastrites, úlceras pépticas, colites espáticas, diverticulites, síndromes hemorroidários;
- Doenças Reumáticas: Artrose, espondilose, tendinite, fibromialgia;
- Doenças das Vias Respiratórias: rinite, sinusite;
- Litíase Renal;
- Repouso e Bem-Estar.

Neste paraíso natural, o ar e a água fazem maravilhas e conjugam-se fatores naturais para a harmonia entre a natureza e a tranquilidade.

Nota:
As Termas de Monfortinho estão encerradas de 17 de novembro de 2024 a 6 de abril de 2025.

Consulta o web-site para mais informações: 

Visita também as outras aldeias do concelho: Proença-a-VelhaSalvaterra do ExtremoRosmaninhalAlcafozesAldeia de Santa MargaridaLadoeiroOledoSão Miguel D´Acha

Naturtejo

A Naturtejo é um geoparque reconhecido pela UNESCO, localizado na região de Idanha-a-Nova, integrando o primeiro geoparque português na rede mundial. Este território destaca-se pela sua rica geodiversidade, com formações geológicas únicas, como as Portas de Ródão, fósseis de trilobites e vastas paisagens de quartzito. Além do património natural, promove o turismo sustentável, incluindo trilhos, observação de aves, termalismo em Monfortinho e experiências culturais nas Aldeias Históricas. A combinação entre natureza preservada, história e tradições torna a Naturtejo uma referência para o ecoturismo em Portugal.


Como podes verificar, há muitas opções para realizares percursos pedestres pela região de Idanha-a-Nova. Destacamos 4 percursos:


Rota dos Fósseis (PR3)

A Rota dos Fósseis (PR3) é um percurso pedestre circular de 3 km em Penha Garcia, Idanha-a-Nova. Ao longo do trajeto, os visitantes exploram fósseis marinhos do período Paleozoico, formações geológicas únicas, a arquitetura tradicional em xisto e quartzito, e monumentos como a Capela do Espírito Santo e o antigo castelo. O trilho passa por moinhos de rodízio junto ao rio Pônsul, que fazem parte do património local. É um percurso acessível e enriquecedor para amantes da natureza e da história.

Nós percorremos a Rota dos Fósseis (PR3). Lê o post "Idanha-a-Nova | 3 dias e 2 noites inesquecíveis".

Ligações - A Rota dos Fósseis PR3 faz ligação ao GR12 "Rota de Idanha"

Consulta o web-site para mais informações: 



Rota da Egitânea PR2

A Rota da Egitânea (PR2) é um percurso pedestre linear de aproximadamente 8,5 km, que liga o parque de campismo de Idanha-a-Nova à aldeia histórica de Idanha-a-Velha. O trajeto inicia-se no parque de campismo, seguindo para norte ao longo da barragem Marechal Carmona. Após atravessar a ribeira das Fragas por um passadiço de madeira, o caminho sobe entre azinheiras até alcançar um ponto elevado com ruínas. Daqui, desce suavemente em direção à margem da barragem, passando por um poço com uma antiga nora. Segue-se então por trilhos que conduzem diretamente a Idanha-a-Velha, atravessando paisagens rurais onde é comum avistar manadas de bovinos. Este percurso permite aos caminhantes desfrutar de vistas panorâmicas sobre a albufeira e a envolvente natural, culminando na descoberta do rico património histórico de Idanha-a-Velha. 

Ligações - GR12-E7 “Rota de Idanha” e GR22 “Rota das Aldeias Históricas"

Consulta o web-site para mais informações: 

Rota de Idanha GR12 E7

A "Rota da Idanha" é um segmento do percurso pedestre transeuropeu GR12-E7, que se inicia na Torre Vasco da Gama, em Lisboa, e termina em Constança, na Roménia.
Este troço português estende-se por cerca de 80 km, começando na Igreja Matriz de Idanha-a-Nova e passando por locais como a Barragem Marechal Carmona, o Santuário da Senhora do Almurtão, Alcafozes, Idanha-a-Velha, Monsanto, o Santuário da Senhora da Azenha, Penha Garcia, Pedras Ninhas e Monfortinho, até alcançar as Termas de Monfortinho.
O percurso é de dificuldade média, com alguns desníveis, e oferece ligações a outros trilhos, como a PR2 - "Rota da Egitânia" e a GR22 - "Rota das Aldeias Históricas".
Ao longo do trajeto, os caminhantes podem apreciar a riqueza histórica e natural da região, incluindo vestígios romanos, aldeias históricas e paisagens naturais deslumbrantes.

Ligações - PR2 "Rota da Egitânea" e GR22 "Rota das Aldeias Históricas"  

Consulta o web-site para mais informações: Naturtejo - Rota de Idanha


Aldeias Históricas de Portugal GR22

A GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal é um percurso circular de aproximadamente 600 km que conecta as 12 Aldeias Históricas de Portugal: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. Este trajeto está homologado como Grande Travessia de BTT pela Federação Portuguesa de Ciclismo, permitindo que seja explorado tanto a pé quanto de bicicleta. Ao longo do percurso, os viajantes têm a oportunidade de explorar castelos medievais, paisagens naturais deslumbrantes e locais repletos de lendas, sabores e tradições.

A GR22 atravessa alguns dos mais belos parques naturais de Portugal, incluindo o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Arqueológico do Vale do Côa, o Parque Natural do Tejo Internacional e o Parque Natural da Serra da Estrela, muitos dos quais são classificados como Património Mundial da UNESCO. Este percurso oferece uma experiência única para os amantes da natureza, da história e da cultura portuguesa, proporcionando uma imersão profunda nas tradições e belezas das aldeias históricas.

Consulta os web-sites para mais informações: 

Ao visitares o concelho de Idanha-a-Nova poderás adquirir o Idanha-a-Nova Passport, que te permitirá aceder e conhecer de forma integrada todos os espaços da Rede Museológica.
Acompanha as histórias (aqui) e assiste também os reels sobre a nossa visita à região em @deltaferreiraoficial!

Município de Idanha-a-Nova
Largo do Município Idanha-a-Nova
Telefone: 277 200 570
(Chamada para a rede fixa nacional)
Fax: 277 200 580
Email: geral@cm-idanhanova.pt

REDES SOCIAIS

A magia do Natal levou-nos até Idanha-a-Nova, a convite da Câmara Municipal, para descobrir muito do que este concelho tem de especial nesta época encantadora, mas também durante todo o ano. Nos dias 20, 21 e 22 de dezembro de 2024, mergulhámos num cenário onde a tradição se entrelaçou com a história e a beleza natural. Prepara-te para uma viagem envolvente pelos momentos mais autênticos que vivemos em Idanha-a-Nova - vem connosco sentir o espírito desta região tão especial!


BIO CANTINA MUNICIPAL
No dia 20 de dezembro, visitámos e almoçamos na Bio Cantina Municipal de Idanha-a-Nova, um projeto que promove a saúde e a sustentabilidade nas duas bio cantinas do concelho, em regime 100% biológico. Durante a refeição, tivemos a oportunidade de conversar com o Presidente da Câmara Armindo Jacinto e a sua equipa, que partilharam a visão que sustenta este projeto. Mais do que uma questão alimentar ou da utilização de produtos biológicos, trata-se de educar as novas gerações para valorizarem a terra, reconhecerem o trabalho dos agricultores e fazerem escolhas alimentares mais responsáveis. É acima de tudo, um investimento no futuro.

A refeição estava extremamente bem confeccionada, muito saborosa e nutricionalmente equilibrada: Perna de Frango com Batata Doce, Cogumelos e Esparregado...para além de uma sopa de legumes e uma salada de couve roxa e alface: tudo 100% biológico!

O trabalho desenvolvido em Idanha-a-Nova prova que é possível concretizar mudanças com impacto real na saúde de todos os cidadãos e no ambiente. Ao integrar a sustentabilidade como um dos pilares do projeto, o município afirma-se como uma referência nacional na promoção da alimentação biológica.

Lê o post "Idanha-a-Nova é a Melhor Bio-Região da Europa"


IDANHA-A-VELHA

Após o almoço, rumamos a Idanha-a-Velha, uma aldeia histórica com origens romanas no século I a.C., que resistiu ao domínio visigótico, muçulmano e cristão. A recuperação dos seus edifícios seguiu uma abordagem que combina restauro e intervenção contemporânea, criando um contraste entre passado e presente. O nosso guia André Barata, mostrou-nos o percurso pela aldeia que começa no Largo do Espírito Santo, junto à capela do século XVII. Próximo, a Porta Norte e um troço da muralha romana evidenciam as antigas estruturas defensivas.

Atravessando um conjunto de antigos armazéns, chega-se ao Largo do Pelourinho, onde se encontram a Igreja Matriz (antiga Misericórdia), a Casa da Câmara e a Torre dos Templários, construída sobre um antigo templo romano. Mais abaixo, o Lagar de Varas, bem preservado, abriga vestígios de uma casa romana e um arquivo epigráfico. A Porta Sul leva ao rio Ponsul, onde se pode atravessar pelas poldras.

O monumento mais emblemático da aldeia é a Sé Catedral, cuja complexa história se reflete nas várias fases de construção, desde a primitiva basílica paleocristã até os baptistérios a norte e sul. Junto ao rio, a Capela de S. Dâmaso e os antigos palheiros recuperados para a Oficina de Arqueologia reforçam o valor histórico da localidade. A Ponte Velha sobre o Ponsul completa o cenário de uma aldeia que testemunha séculos de história, marcada por momentos de esplendor e decadência.

Visitar Idanha-a-Velha foi como atravessar um portal no tempo. Cada pedra, cada ruína, parecia sussurrar histórias de séculos passados. O silêncio da aldeia, interrompido apenas pelo som do vento e do rio Ponsul, trouxe uma sensação de reverência e contemplação. Caminhar entre a Sé Catedral, a Torre dos Templários e as muralhas antigas foi um lembrete vivo da resiliência da história. A fusão entre o antigo e o moderno nas requalificações do espaço tornou a experiência ainda mais fascinante, como se o passado e o presente coexistissem em perfeita harmonia.

Lê o post "Idanha-a-Nova e as suas Aldeias Históricas"


MEDELIM

No final do dia, a caminho de Penha Garcia e do Hotel Fonte Santa, pudemos apreciar a deslumbrante árvore de natal decorada com croché de seis metros, para além de um Pai Natal, uma rena, um trenó e três duendes, também em croché, que tornam o cenário ainda mais mágico.

Mas Medelim tem muito mais a oferecer: conhecida como a "pequena Jerusalém", devido à forte presença judaica no passado, preserva elementos arquitetónicos que refletem essa herança, como as casas com símbolos hebraicos gravados nas ombreiras das portas. O casario bem preservado, a igreja matriz e os antigos solares criam uma atmosfera autêntica, onde a história se funde com a serenidade da paisagem envolvente. Se tal como nós és um grande amante de história e reconheces a importância dos judeus na nossa cultura, passear por Medelim será sentir o peso do tempo e a alma das suas gentes, num cenário de rara beleza e tradição.



GEOARTE

Jantámos no GeoArte, em Penha Garcia, um espaço que combina sabor, criatividade e um ambiente acolhedor. As refeições caseiras, servidas em porções generosas e a preços acessíveis, conquistam qualquer visitante. O Dinis divertiu-se a explorar as peças de arte e a pintar, aproveitando o ambiente inspirador que cativa tanto crianças como adultos. Com um atendimento simpático e acolhedor, este restaurante familiar é uma excelente escolha para quem aprecia boa comida e um toque de originalidade. Se vais acompanhado pelo teu animal de estimação, ele também será bem-vindo no interior do restaurante!

Geoarte | Facebook 
R. 1º de Maio, 6060-374 Penha Garcia
277 030 388


HOTEL FONTE SANTA

Chegamos ao hotel depois do jantar e fomos recebidos calorosamente pelo Sr. José Joaquim, o mais velho de todos os funcionários. De tipologia "Familiar" os nossos 2 quartos eram divididos por uma porta, o que era maravilhoso para termos acesso rápido a ambos os quartos que eram compostos por uma cama de casal e duas individuais; casas-de-banho com banheira, mesas de apoio com uma cadeira, sala de estar com sofás. Esta tipologia de quarto é perfeito para acolher uma família de 2 adultos e crianças com até 12 anos. 

Apesar de o Dinis estar um bocadinho doentinho há uma semana (os sintomas demoraram imenso a melhorar e meia volta parecia que piorava, como aconteceu na sexta-feira), passou bem a noite e acordou mais bem disposto. 

O nosso sábado começou com um delicioso pequeno-almoço buffet, que desfrutámos enquanto admirávamos uma vista ampla e deslumbrante. A seleção era incrível: frutas frescas, pão artesanal, pastelaria variada, compotas biológicas, ovos mexidos, cogumelos e muitas outras opções irresistíveis. Um começo de dia verdadeiramente perfeito!



MERCADO DA BIO-REGIÃO

Já no sábado, 22 de dezembro de 2024, estivemos presentes no Mercado da Bio-Região de Idanha-a-Nova e tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente os produtores e comerciantes presentes. Esta iniciativa incentiva o artesanato e a produção biológica e sustentável, evidenciando o compromisso do município enquanto membro das Bio-Regiões, uma rede internacional dedicada à valorização da agricultura orgânica e das práticas ecológicas. 

Realizado todos os sábados no Mercado Municipal de Idanha-a-Nova, o evento reúne produtores locais que disponibilizam uma vasta gama de produtos, muitos deles de origem biológica, incluindo opções certificadas, como hortícolas, frutas, azeite, mel, pão artesanal e cosméticos naturais. 

Durante a manhã experienciamos muito do que a região de Idanha-a-Nova tem a oferecer, apreciando as iguarias disponibilizadas pelos produtores e comerciantes locais: como queijos, vinhos, fritos típicos, enchidos, pão artesanal, artesanato... e experimentar os "Frangos do Além" que deu a conhecer o derradeiro sabor dos ovos provenientes de raças autóctones portuguesas. 

"Idanha-a-Nova vence o prémio de Melhor Bio-Região da Europa"


CASTELO DE IDANHA-A-NOVA

Antes do almoço fomos conhecer o Castelo de Idanha-a-Nova. Apesar de estar em ruínas, este castelo tem um encanto especial, pois fica no topo de um outeiro, numa escarpa sobre o rio Pônsul, com vista para a povoação. Caminhar pelas muralhas antigas é como viajar no tempo, e do ponto mais alto a paisagem é deslumbrante: consegue-se ver a vasta Campina de Idanha, Monsanto, Castelo Branco e até a fronteira com Espanha.

Acredita-se que o castelo tenha sido construído no século XIII pela Ordem dos Templários, como parte da defesa da Beira Interior. No século XV, sofreu algumas modificações, incluindo a construção da barbacã. No início do século XVI, encontrava-se em bom estado e incluía tanto o castelo como a barbacã, além da igreja paroquial a norte.

A estrutura segue o estilo arquitetónico típico dos Templários, semelhante ao Castelo de Monsanto, com uma planta oval e paredes imponentes. Hoje, as ruínas são um dos pontos turísticos da região. O antigo recinto foi nivelado e transformado num miradouro, onde já não restam vestígios das antigas torres ou construções, apenas o Cruzeiro dos Centenários se mantém de pé no centro.

Nota para os visitantes: o Castelo de Idanha-a-Nova e as suas imediações é um local que não deve ser visitado em autocaravana ou veículos de grande porte devido à reduzida largura das ruas.



MADEIROS E PRESÉPIO DE NATAL

Próximo ao Castelo e à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, encontramos mais um madeiro que aguarda ansiosamente a noite da Consoada, onde após a Missa do Galo, madeiros espalhados pela região iluminam capelas e igrejas.

Por vários das localidades que visitamos, presenciamos vários Madeiros e Presépios de Natal. Nesta altura do ano, a região transforma-se num verdadeiro postal natalício, com presépios espalhados pelas aldeias, recriando o espírito da quadra de forma artesanal e autêntica. 

Mas é nos Madeiros de Natal que reside uma das tradições mais marcantes. Em várias localidades do concelho, os habitantes juntam-se para erguer imponentes fogueiras que ardem durante toda a noite de Consoada, simbolizando união, partilha e calor humano. Esta prática ancestral, enraizada na cultura beirã, é mais do que um simples ritual - é um momento de celebração em comunidade, onde se trocam histórias, se canta e se vive o verdadeiro espírito natalício.

Largo do Adro 1, 6060-109 Idanha a Nova


HELANA RESTAURANTE

No coração da zona antiga de Idanha-a-Nova, descobrimos um espaço que é muito mais do que um restaurante - é uma viagem no tempo com sabor a tradição. O Helana Restaurante, que outrora foi uma fábrica de refrigerantes nos anos 50, soube reinventar-se sem perder a essência do passado.

Ao entrar, senti de imediato o equilíbrio perfeito entre o rústico e o contemporâneo (sou suspeita, eu sei - adoro esta junção!). O ambiente acolhedor, com uma lareira que convida a apreciar as entradas e pratos deliciosos que provamos, preparado com um toque moderno que surpreende e eleva a experiência. Enquanto o meu marido se deliciou com uns Medalhões de Porco Ibérico com Molho de Queijo Regional absolutamente divinais, eu e nosso filho partilhámos um prato de Carbonara, que não sendo regional, estava absolutamente delicioso. As doses são generosas e o cuidado do chef nos detalhes de cada prato é notável. 

Ainda hoje o meu marido fala do quanto adorou a harmonia de sabores das entradas no Helana!

Helana Restaurante | www.helana.com | @helana.restaurante


MONSANTO

No final do almoço rumamos em direção a Penha Garcia. Mesmo com pouco tempo disponível, não podíamos perder a oportunidade de ver Monsanto, a “aldeia mais portuguesa de Portugal”. Percorremos as suas ruas de pedra de carro, numa passagem rápida, mas ainda assim fomos completamente arrebatados pelo seu encanto.

As casas incrustadas entre gigantescos blocos de granito criam uma paisagem quase surreal, como se a aldeia fizesse parte da montanha desde sempre. Cada curva revelava um novo ângulo impressionante, e mesmo sem conseguir explorar tudo a pé, foi impossível não sentir a magia do lugar. O castelo no topo, a vista infinita sobre a paisagem e o charme das ruelas estreitas fizeram-nos querer voltar com mais tempo.

Monsanto tem um magnetismo difícil de explicar, mas fácil de sentir. Mesmo numa visita rápida de carro, deixou-nos fascinados - e com a certeza de que merece ser vivida com mais calma numa próxima oportunidade.

*****
Honestamente, hesitei em incluir este episódio. No entanto, acredito que tudo o que nos acontece deve servir como um ensinamento e quando partilhado, pode de alguma forma, ser útil para os outros. A caminho de nos encontrarmos com o nosso guia para fazermos a Rota dos Fósseis em Penha Garcia, deparamo-nos com madeireiros que estavam a carregar madeira para veículos (aguardamos pacientemente e cautelosamente quando podíamos passar e fomos fazendo-o calmamente, parando sucessivamente ao lado de alguns veículos que se encontravam já carregados) - um deles com palavras menos amistosas, vem a "correr pela estrada fora" e bate brutal e energeticamente com o punho e mão aberta tanto no vidro como no capô do carro - neste momento pelas palavras [que prefiro não deixar aqui registadas] e ar confuso que apresentou, claramente percebemos que nos confundiu com residentes com a mesma marca e modelo de carro... segundo ele, estávamos a buzinar (não buzinamos nenhuma vez, quem buzinou foram os próprios madeireiros, chateados porque os veículos mais à frente não arrancavam, já que ouvíamos o condutor de um dos veículos ao nosso lado a dizer "andai para a frente"). Obviamente, que tanto eu como o meu marido ficamos chocados com aquela atitude desproporcional, mas como nos é característico, com a maior calma do mundo o meu marido disse "quem buzinou? eu não buzinei" e eu disse "tenha calma senhor, nós não buzinamos". Julgo que quando ele se depara com a nossa surpresa e calma e além disso observa o nosso filho a dormir na cadeira auto no banco de trás, apercebe-se da sua descabida atitude e simplesmente vai a correr embora a gritar em direção aos outros madeiros. Isto poderia ter tido outro desfecho, se nós não fossemos um casal emocionalmente equilibrado e calmo... Sim, também podíamos ter chamado as autoridades para o identificar e realizarem auto de notícia do ocorrido, mas nós estávamos numa vibe tão boa, o nosso filho dormia e verificamos que não existiam danos na viatura... então decidimos simplesmente seguir caminho, não tocar mais no assunto e categorizar este ocorrido como "alguém que não estava no seu estado normal e nos confundiu com outras pessoas" (pelo o que ele disse aquando nos abordou foi evidente que sim). Mesmo com esta atitude desrespeitadora, não permitimos que pudesse influenciar negativamente a nossa percepção agradável da visita a Penha Garcia, já que pessoas com atitudes desrespeitosas há em qualquer lugar.

Deixo uma nota para todos os leitores: quando somos visitantes/turistas de uma localidade, devemos evitar conflitos e manter a calma, sempre! Não sabemos com quem estamos a lidar e um ato imprudente pode resultar em consequências irreversíveis. Tudo correu pelo melhor, ficou apenas uma história para contar.
*****


NÚCLEO MUSEOLÓGICO SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA

Após este incidente e já na companhia do guia André Barata, visitamos o Núcleo Museológico São Pedro de Alcântara, um espaço que nos envolveu desde o primeiro momento. Instalado na antiga casa do Padre João Pires de Campos, este museu é muito mais do que um simples local de exposição - é um verdadeiro encontro com a história, a arte e a espiritualidade da região.

Ao entrar, deparámo-nos com uma vasta biblioteca, repleta de conhecimento, e com coleções de arte sacra que contam séculos de devoção e tradição. Cada peça parece ter uma história para contar, cada canto do espaço convida à descoberta. Além disso, aqui também se encontra o Posto de Turismo local, um ponto essencial para quem quer explorar ainda mais o património rico de Penha Garcia.

Foi uma visita rápida, mas cheia de significado. Um lugar que merece ser sentido com tempo, onde a herança cultural se mantém viva e acessível a todos. Se passares por aqui, não deixes de entrar - vais sair com uma nova perspectiva sobre esta terra tão especial.


Posto de Turismo de Penha Garcia / Museu São Pedro de Alcântara


ALDEIA HISTÓRICA DE PENHA GARCIA

Caminhámos por Penha Garcia, uma das aldeias históricas mais fascinantes da Beira Baixa, onde cada rua de pedra, cada recanto florido e cada fachada de xisto conta uma história. Aqui, o tempo parece abrandar, permitindo-nos apreciar a autenticidade de um lugar onde a tradição e a natureza se entrelaçam de forma única.

As casas tradicionais, bem preservadas, refletem a identidade local, enquanto o pelourinho e a imponente Igreja Matriz nos lembram da importância histórica desta terra. Mas é ao subir pelos caminhos sinuosos que se revela uma das maiores surpresas: as vistas panorâmicas deslumbrantes sobre a paisagem envolvente, um convite a contemplar a beleza intocada da região. Penha Garcia é mais do que um destino - é uma experiência sensorial, onde a história se sente em cada detalhe e a autenticidade se mantém viva.

Em Penha Garcia, o património também é musical, com selo da Rede de Cidades Criativas da UNESCO. A memória da cantadeira e adufeira Catarina Chitas e do “último” tocador de viola beiroa, Manuel Moreira, permanece viva, servindo de inspiração para uma oficina que trouxe este instrumento de volta à vida, evitando a sua extinção.

Sabe mais sobre Penha Garcia

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CASTELO DE PENHA GARCIA

Assim que chegamos ao Castelo de Penha Garcia, ficamos imediatamente impressionados com a sua posição dominante no topo de uma escarpa imponente. Construído no século XIV pela Ordem do Templo, fazia parte de um sistema defensivo essencial para proteger a fronteira entre Portugal e Castela. Imaginar como, antigamente, este castelo mantinha contacto visual com os de Idanha-a-Nova, Salvaterra do Extremo, Monsanto, Bemposta e Castelo Branco transporta-nos para um tempo em que a vigilância era vital para a segurança da região. Talvez sem a presença destes castelos, Portugal não seria como o conhecemos...

Atualmente em ruínas, o castelo continua a ser um lugar fascinante. A visita vale totalmente a pena, não apenas pelo seu valor histórico, mas também pelas vistas panorâmicas arrebatadoras que oferece. Daqui, conseguimos contemplar a aldeia, o vale do Rio Pônsul e as impressionantes formações rochosas da Rota dos Fósseis. A combinação entre história e paisagem torna esta experiência inesquecível, fazendo-nos sentir parte de algo muito maior, com uma importância incalculável na nossa história enquanto nação e povo.



ROTA DOS FÓSSEIS

Estávamos muito entusiasmados por percorrer o trilho da Rota dos Fósseis, um percurso pedestre único que nos leva numa verdadeira viagem no tempo. Com cerca de 3,5 km, a rota leva-nos até uns impressionantes 480 milhões de anos, quando esta região estava submersa por um mar antigo.

A caminhada, que leva entre 2 a 3 horas a ser concluída, foi uma experiência fascinante, cheia de descobertas a cada passo. O trilho é acessível a todas as idades, com sinalização clara que facilita a caminhada, tornando-o ideal para famílias também.

Ao longo do caminho, além dos fósseis fascinantes, pudemos admirar formações rochosas impressionantes que parecem ter sido esculpidas pela própria natureza ao longo do tempo. E para nossa surpresa, encontramos também antigos moinhos de água, que ainda hoje são testemunhas das tradições e da história local. Foi uma experiência que nos fez sentir verdadeiramente conectados com o passado, ao mesmo tempo que nos maravilhávamos com a beleza natural do lugar.

O percurso pela Rota dos Fósseis foi uma verdadeira imersão na natureza, com cascatas, piscinas naturais e vistas deslumbrantes a cada curva do percurso. Mas atenção caminhantes, evitem ir com o telemóvel na mão a filmar ou poderão ficar enjoados e com vertigens (se quiserem filmar tudo, aconselho investirem numa câmara de ação para desportos). Este trilho oferece uma combinação perfeita entre geologia, história e natureza, permitindo-nos explorar segredos do passado enquanto apreciamos a beleza do presente.

Já no regresso ao Hotel Fonte Santa, não pudemos deixar de parar para admirar a paisagem do pôr do sol, que naquela altura parecia ainda mais mágica com a chegada do Solstício de Inverno. O ambiente tranquilo e a luz dourada da tarde tornaram o momento ainda mais especial. Para relaxar desta aventura, tomamos um delicioso chá no aconchego do nosso quarto no Hotel Fonte Santa. Aquele momento de relaxamento fez a experiência ainda mais memorável, proporcionando uma sensação de bem-estar que completou perfeitamente o nosso dia de exploração.

PR3 Rota dos Fósseis
Av. 25 de Abril, 6060-344 Penha Garcia


RESTAURANTE HERDADE DO CLUBE DE TIRO DE MONFORTINHO

Terminámos o nosso sábado da melhor forma, com uma experiência gastronómica que nos encantou por completo. O jantar começou com um magnífico "Bacalhau à Telha", onde cada garfada revelava um sabor autêntico e reconfortante.

Com uma incrível variedade de pratos de caça, desde o "Arroz de Lebre" a ‘Bifinhos de Javali’ ou ‘Bifinhos de Veado’, deliciámo-nos com um dos pratos de caça grelhada, suculenta e perfeitamente temperada, que nos deixou rendidos - acompanhado de frutas frescas e vibrantes, que proporcionavam um equilíbrio perfeito e que realçavam ainda mais os sabores, tornando a refeição simplesmente memorável.

E como resistir às sobremesas? Para os mais gulosos, são uma verdadeira tentação! Entre tantas opções irresistíveis e tipicamente portuguesas, a nossa escolha recaiu sobre a clássica serradura, que nos conquistou desde a primeira colherada. A cada pedaço, viajámos no tempo, resgatando memórias doces da infância. 

Um profundo agradecimento a toda a equipa pelo acolhimento caloroso e pelo serviço impecável. Foi uma refeição onde tradição e sabor se uniram na perfeição, deixando-nos com vontade de regressar em breve!

Sobre a Herdade do Clube de Tiro de Monfortinho
A herdade, para além da sua vasta área de floresta, que ocupa mais de 200 hectares, conta com várias infraestruturas e opções de lazer. Entre elas, sobressaem um restaurante com esplanada, piscinas separadas para adultos e para crianças, uma barragem ideal para passeios de barco em pequenas embarcações, um parque de merendas acolhedor e campos destinados à prática de tiro desportivo.

O Campo de Tiro foi criado pelo Conde da Covilhã, por volta do meio do século XX, um nome influente no desenvolvimento da estância termal próxima. Nas décadas seguintes, a herdade foi associada à Família Espírito Santo, cuja administração integrou este espaço numa rede de equipamentos da região, sob uma gestão comum. Esta rede incluía o balneário termal, os hotéis Fonte Santa e Astória, assim como as herdades vizinhas do Vale Feitoso e da Poupa, permitindo uma gestão estratégica e harmoniosa dos recursos.


Herdade do Clube de Tiro de Monfortinho | www.clubetiromonfortinho.pt | @clube_tiro_monfortinho



HOTEL FONTE SANTA | TERMAS DE MONFORTINHO | HERDADE DO VALE FEITOSO

No domingo, deixámo-nos envolver pela beleza natural e pelo conforto acolhedor do nosso hotel. O dia começou com um delicioso pequeno-almoço buffet, onde os sabores autênticos da região marcaram presença, com produtos biológicos e cuidadosamente selecionados da Herdade Vale Feitoso. Enquanto saboreávamos cada detalhe desta experiência gastronómica, o olhar perdia-se na vista deslumbrante para o jardim e para a piscina de borda infinita, enquanto o canto dos pássaros nos envolvia numa melodia tranquila e harmoniosa.

Localizado ao lado das icónicas Termas de Monfortinho, este hotel é um refúgio onde relaxamento, natureza e cultura se entrelaçam. Durante um passeio pelos seus jardins, guiados pela atenciosa Assistente de Direção do Hotel Fonte Santa, Florença Poças, tivemos a oportunidade de mergulhar na história, no legado e nos valores do Hotel Fonte Santa e do seu proprietário. Diante das Termas, deparámo-nos com o marco que separa Portugal e Espanha à margem do rio Erges, admirando esculturas que representam a fauna local e um eucalipto singular, cuja casca de cortiça o torna verdadeiramente único.

Para os amantes do bem-estar e da tranquilidade, o hotel disponibiliza uma variedade de atividades, desde a piscina e o spa até momentos de lazer como mini golfe, ténis e passeios a cavalo. A proximidade à majestosa Herdade do Vale Feitoso – a maior herdade do país e a maior reserva privada de capital natural da Península Ibérica – oferece ainda a possibilidade de explorar uma paisagem preservada e exuberante através de passeios guiados, uma verdadeira imersão na riqueza natural da região.

Entre o charme intemporal do interior português e o conforto das suas comodidades modernas, o Hotel Fonte Santa proporciona uma experiência única. Nos seus espaços comuns, a lareira crepita suavemente, por lá permanecemos a ler um livro e a contemplar o espaço, enquanto a serenidade envolvente nos inspirava a desacelerar e a desfrutar plenamente de cada instante.


Curiosidade
A família Espírito Santo detinha várias propriedades na região de Idanha-a-Nova. Adquirida pelo Grupo Espírito Santo (GES) em 2004, a Herdade do Vale Feitoso, com cerca de 7300 hectares, tornou-se um refúgio para eventos familiares, incluindo festas e caçadas. Após a insolvência da Companhia Agrícola de Penha Garcia, proprietária da herdade, em 2017, a propriedade foi vendida em 2018 à empresa espanhola Vestein Spain. Mais tarde, em 2022, o empresário português Ricardo Machado adquiriu a herdade com o objetivo de torná-la autossustentável, integrando exploração florestal, pecuária, turismo e caça. Atualmente, já nos é possível perceber que o seu projeto tem como missão não só proteger a fauna selvagem que habita livremente na herdade, mas também recuperar e valorizar raças autóctones em risco de extinção. A Ovelha Churra do Campo e a Merina da Beira Baixa, símbolos do património rural português, estão a ser reintroduzidas e em breve, estarão disponíveis para comercialização, assegurando a continuidade de um legado que respeita e honra o seu compromisso aquando a aquisição da Herdade Vale Feitoso e do Hotel Fonte Santa.

Hotel Fonte Santa | www.hotelfontesanta.pt | @fontesantahotel
277430300
6060-072 Monfortinho

Termas de Monfortinho [reabre a 7 de abril de 2025] | www.termasdemonfortinho.com | @termasmonfortinhooficial
277 430 320
Balneário Termal das Termas de Monfortinho, 6060-072 Penha Garcia

Herdade Vale Feitoso | www.valefeitoso.pt
Estrada Nacional 354
6060-270 Idanha a Nova


RESTAURANTE "PAPA FIGOS" | Hotel Fonte Santa

O restaurante Papa Figos, localizado no Hotel Fonte Santa (não é um restaurante exclusivo para hóspedes, o que é maravilhoso), convida-nos a uma experiência única, encantando os sentidos com pratos cuidadosamente elaborados que refletem os sabores genuínos da região e a excelência dos produtos da Herdade do Vale Feitoso, numa fusão perfeita de autenticidade, sustentabilidade e sofisticação.

Fomos presenteados com pratos deliciosos: Ensopado de Javali com Polenta Frita, Peito de Perú com Batata Doce e Espargos e um reconfortante Creme de Legumes Sazonais.
Nas sobremesas, o destaque foi para um mil folhas com gelado de framboesa e uma surpreendente castanha coberta com chocolate branco. Tudo com uma apresentação impecável e criativa, onde cada detalhe refletia cuidado e sofisticação, acompanhado por um atendimento de excelência que tornou a experiência simplesmente maravilhosa.

O meu marido adorou o vinho Crescendo Branco, sugerido pela atenciosa Florença Poças, que acompanhou o Ensopado de Javali com Polenta Frita, descrevendo-o como "o melhor vinho branco que já provei". 

Os vinhos Crescendo, das Altas Quintas, destacam-se não apenas pela sua qualidade excecional, mas também pelo impacto positivo que promovem. Numa inspiradora parceria com a Herdade Vale Feitoso, estes vinhos contribuem diretamente, através das suas receitas, para a preservação de habitats e a reintrodução de espécies selvagens ameaçadas, unindo sabor e sustentabilidade de forma admirável.

Hotel Fonte Santa | www.hotelfontesanta.pt
277430300
6060-072 Monfortinho

Crescendo
Proveniente de vinhas plantadas nas encostas da Serra de São Mamede, o Crescendo exprime nos seus frescos aromas e sabores a vincada personalidade do Alentejo de altitude.
Ao mesmo tempo, reforça o compromisso e consciência ambiental da marca numa pareceria com a Herdade de Vale Feitoso e a Rewilding Portugal, onde o Crescendo contribui diretamente, através das suas receitas, para a preservação de habitats e reintrodução de espécies selvagens ameaçadas.



O nosso mais profundo agradecimento a todos os que tornaram a nossa estadia no Município de Idanha-a-Nova verdadeiramente inesquecível. Este foi um fim de semana único, repleto de experiências enriquecedoras e encontros com pessoas extraordinárias. Até breve Idanha-a-Nova!

Acompanha as histórias (aqui) e assiste também os reels sobre esta visita tão especial em @deltaferreiraoficial!

Município de Idanha-a-Nova
Largo do Município Idanha-a-Nova
Telefone: 277 200 570
(Chamada para a rede fixa nacional)
Fax: 277 200 580
Email: geral@cm-idanhanova.pt

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