Se a mulher não estiver a ser acompanhada pelo médico ainda antes de engravidar, deve marcar uma consulta de obstetrícia entre duas a quatro semanas após a ausência de menstruação, ou seja com 6 semanas de gestação.
É na primeira consulta de obstetrícia que o médico vai proceder à observação clínica, calendarização da gravidez, e avaliar o estado geral da saúde da mulher, história clínica e existência de patologias ou antecedentes familiares (da mulher e do companheiro).
Vai também verificar se as vacinas se encontram em dia (nomeadamente a do tétano) e solicitar análises ao sangue e à urina. É também por norma necessário que a grávida continue com a toma de um suplemento pré-natal, ácido fólico e iodo.
Na presença de patologias que requerem acompanhamento específico, existem especialistas da área da Obstetrícia, Genética, Endocrinologia, Nutrição ou Reumatologia (dependendo da patologia) que, no âmbito da Consulta de Alto-Risco, asseguram um acompanhamento diferenciado para que a maternidade decorra com estabilidade e serenidade.
Exames de diagnóstico pré-natal
No espectro dos exames solicitados com este objetivo temos:
– Rastreio bioquímico efetuado no 1º trimestre
– Biópsia das vilosidades coriónicas
– Amniocentese
– Ecografia (por exemplo a ecografia morfológica)
O Diagnóstico Pré-Natal (DPN) permite a deteção de anomalias cromossómicas e assegura, através da avaliação ecográfica do feto (com pelo menos três exames efetuados ao longo da gravidez), o bem-estar do feto, sob o ponto de vista funcional e orgânico.
Estilo de vida e alimentação na gravidez
A gravidez, por ser exigente em termos físicos, implica a adequação do estilo e ritmo de vida. Assim, e como foi já referido, importa abolir hábitos nocivos como o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, ter horários regulares para as refeições, evitar esforços físicos e controlar o stresse.
Para que a mãe mantenha um peso adequado e para que o bebé obtenha os nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento, exige-se uma alimentação saudável – diversificada e equilibrada. Isso não significa comer por dois.
Atenção
A carne, o peixe e os ovos devem ser sempre bem cozinhados e a grávida não deve ingerir produtos lácteos não pasteurizados. Ao fazer refeições fora de casa, deve evitar marisco, saladas, maionese e doces que sejam feitos com ovos crus. Em casa, os legumes e a fruta devem ser sempre lavados antes de serem consumidos. Se estiveres grávida no verão, os cuidados devem ser redobrados.
Exercício físico
Praticar exercício durante a gravidez, com conta, peso e medida, ajuda a prevenir o excesso de peso, melhora o humor e os níveis de energia.
No entanto, é fundamental que a grávida se aconselhe com o obstetra antes de começar a fazer exercício físico, para que este avalie se é seguro para ela e para o bebé.
Também deve pedir indicações ao médico, nomeadamente quanto à periodicidade e intensidade, cuidados a ter e também sobre o que deve comer e beber antes e depois do exercício físico.
É essencial que faça aquecimento e alongamentos previamente e interrompa imediatamente se sentir algum tipo de desconforto. Se este desconforto não passar consulta o obstetra.
Para que te sintas confortável, deves optar por vestuário prático e não te esqueceres que tens de usar um soutien que suporte adequadamente as mamas.
Entre as modalidades benéficas na gravidez incluem-se caminhar em terreno plano, nadar ou pedalar numa bicicleta estática. O limite do exercício físico é o cansaço.
Todo o tipo de desportos radicais ou que impliquem pressão na zona abdominal estão desaconselhados.
Preparação para o parto e visita à maternidade
O curso de preparação para o parto permite aos pais esclarecerem dúvidas e proporciona-lhes uma aprendizagem teórica e prática sobre a gravidez, o parto e o regresso a casa. Os Hospitais da tua área de residência têm ao teu dispor o Curso de Preparação para o Parto e Parentalidade, organizado por uma equipa multidisciplinar de enfermeiras e fisioterapeutas.
Os pais podem agendar, através de uma simples inscrição, uma visita à maternidade para conhecerem as diferentes áreas em que a grávida vai permanecer ao longo da sua permanência no hospital.
O que levar para a maternidade
Para que possas começar a fazer a mala com antecedência, eis o que não deves esquecer:
O momento mais esperado: o parto
No dia do parto, a mãe ficará num quarto individual (se disponível na maternidade escolhida) com o acompanhante, onde permanecerão até ao momento do período expulsivo, altura em que a grávida é encaminhada para a sala de parto (existem salas para o parto por cesariana e para o parto vaginal). Enquanto evolui o parto, os batimentos cardíacos do bebé são monitorizados, através do aparelho de cardiotocografia (CTG). A analgesia do parto (na maior parte dos casos, a epidural) será disponibilizada à parturiente sendo administrada por uma equipa especializada de anestesistas.
Em situações de parto pré-termo, apenas alguns Hospitais Maternidade com ala de Neonatologia estão preparadas para receber um bebé prematuro e prestar-lhe todos os cuidados necessários.
Primeiros cuidados ao bebé
Quando o bebé nasce, o neonatolotogista faz uma observação detalhada aos órgãos e sistemas. Vai também ser vacinado contra a Tuberculose (Vacina BCG) e Hepatite B. É realizado o “Teste do Pezinho” (entre o terceiro e o sexto dia de vida) e o Rastreio Auditivo Neonatal.
Amamentação
Apesar de, em certos casos, a amamentação poder não ser um processo muito simples, requer um período de adaptação e como foi atrás mencionado, uma enfermeira da Unidade Materno-Infantil estará disponível para auxiliar a mãe a ultrapassar eventuais obstáculos. Poderás também recorrer a um terapeuta da fala, que ajudará o bebé a aprender a mamar. Os benefícios da amamentação, tanto para o bebé como para a mãe, são amplamente reconhecidos e vale a pena ser persistente.
Pós-Parto
Quando é dada a alta médica à mãe e ao bebé e a família regressa a casa, é-lhes fornecido um contacto telefónico para o qual poderão ligar se surgirem dúvidas – sobre cuidados a administrar ao bebé, sobre a amamentação, entre outras.
Uma situação que ocorre no puerpério, e com relativa frequência é a incontinência urinária, situação que pode resultar do parto, entre outras causas, e que condiciona a recuperação da puérpera. É importante, nesta situação, que a mãe evite o consumo de bebidas alcoólicas ou de cafeína, e que tente manter o trânsito intestinal regularizado.
Em alguns casos é necessário recorrer à ajuda da fisiatria, associar medicação e eventualmente, realizar uma cirurgia.
Outro problema comum durante o pós-parto é a chamada depressão pós-parto e os blues puerperais. O processo de adaptação, a fadiga e as alterações hormonais que ocorrem nesta fase podem ter um impacto significativo na mãe. Ao bebé imaginário sucede o bebé real. Embora geralmente os sintomas sejam discretos e desapareçam com o tempo, se persistirem após várias semanas ou se agravarem, podemos estar perante uma depressão, o que implica ajuda especializada.
Os sinais de alarme mais comuns incluem:
– Cansaço intenso;
– Perda de alegria;
– Dificuldade em adormecer;
– Culpabilidade;
– Isolamento;
– Dificuldade em criar laços com o bebé;
– Pensamentos agressivos.
Para prevenir a depressão pós-parto, é importante que a mãe repouse o suficiente e reserve algum tempo para si. Para consegui-lo, deve pedir ajuda ao companheiro e familiares para cuidar do bebé e para a realização das tarefas domésticas, conversando abertamente sobre o que está a sentir. Também é importante ter uma alimentação equilibrada e fracionada e praticar exercício físico – depois de aconselhamento médico prévio. O exercício físico ajuda a mãe a estabilizar o humor, a distrair-se e, em simultâneo, ajuda-a a recuperar a forma física e recuperar o seu peso ideal.
Olá Delta
ResponderExcluirO melhor guia rápido que encontrei sobre a gravidez. Adorei o teu blog e já estou a seguir.
Estou grávida e tenho andado muito ansiosa, já li todos os teus posts sobre gravidez e gostava muito que continuasses a publicar sobre os temas. Bjs
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